No início dos tempos, os alarmes serviam somente para acordar as pessoas. Triiiiimmmm!!! E lá ia o sujeito pular da cama, era segunda-feira e ele estava atrasado.
Na casa da vovó era muito legal. O alarme do chá da tarde era um relógio Cuco: Cuco, cuco! E lá vinha aquele passarinho (uma maricona, cá entre nós) alegrar a nossa tarde. Esperávamos com tanta alegria a próxima hora para brincar de imitar o tal passarinho, e é claro que meu vovô sempre achou estranho eu ficar imitando aquela ave, mas mais estranho do que o Gugu dançando a Dança do Passarinho vovô, me desculpa.
Com o passar dos tempos os alarmes foram tomando novas formas, foram digitalizando-se. Chegaram os relógios digitais e estes com alarmes de pulso, os quais para certas pessoas como eu nunca funcionaram, pois aquele "pipi-pipi-pipi" nunca me acordaram, nem me fizeram lembrar de quaisquer compromissos.
O rádio-relógio até hoje em minha opinião é o alarme criado para preguiçosos. Sim, porque quem inventou aquela maldita tecla Snooze? Gente, o que é o tal Soneca? Imagino eu que foi uma pessoa que assim como eu agora, caindo de sono, queria mais uns 5 minutinhos para descansar a mente e ao mesmo tempo tinha outra coisa super interessante para fazer como dormir por exemplo. Agora falem a verdade, estes cinco minutinhos de preguiça não duram uma eternidade? Eu confesso que sou escravo desse anão da Branca de Neve até hoje.
Depois chegaram a febre dos celulares, que substituíram os rádios-relógios, e a desculpa que acabou a luz para o chefe não cola mais. A única desculpa que merece ser dada ao chefe é quando no meio de expediente o alarme do seu celular dispara com a Joelma cantando Isso é Calypsoooo!
Mas o pior de todos já criados é o alarme de veículos, principalmente de motos. Vamos analisar os fatos desde o início desta sublime criação humana.
Imagino a manchete no jornal da época: O Detran de São Paulo, acaba de sancionar a lei estadual que obriga as concessionárias a adequar o sistema de alarme a distância em todos os veículos auto-motores a partir de 4 de abril de 1993. Tá até bacana, mas com que intuíto?
O sujeito chega na balada, tá com pouca grana e escolhe, ou bebe duas cervejas (sim estamos em 1993 e ainda é permitido) ou paga o estacionamento do carro. Pagar estacionamento? Sai fora, tenho um alarme no carro. E vai, aciona o alarme a distância (lembre-se nesta década ainda não existia travas elétricas) e vai feliz pra balada, pois se acontecer algo o alarme é disparado.
Agora pergunto, para que serve o raio do alarme se o sujeito deve estar curtindo na balada, três cervejas, alguns cigarros filados e mais ou menos 250 decibéis de som bum bum bum, e o alarme do carro está disparando? Existe algum vibracall ou um bip que avisa o fulano? ROUBANDO, ROUBANDO! Ah, estamos em 93 forget it! Será que algum bom espírito que não tinha um convite VIP pra balada, vai ficar ali velando o alarme até a balada acabar e o dono do carro voltar pra dizer: Olha estavam tentando roubar o seu carro, eu dei uma curra nos meliantes e tá tudo certo, me paga uma cerveja e vai com Deus irmão! Aff, esquece...
Seria bom que inventassem um alarme para o ser humano. Para que assim ele disparasse todas as vezes que nos aproximássemos de pessoas sem escrúpulos, falsas e interesseiras. Seria bom que o alarme das urnas eletrônicas soasse quando votássemos naquele que vai roubar o nosso país, estado ou cidade nos próximos anos. Excelente seria se ele disparasse eternamente todas as vezes que nos apaixonássemos, pelo cara safado que vai com certeza trair e assim nos evitasse a ter que dormir ao lado desse salafrário e programar o alarme do relógio para acordar o infeliz no dia seguinte e dizer Bom Dia Amor!
