domingo, 24 de janeiro de 2010

Por que os homens mentem?

Meio desconfiado fui assistir ao espetáculo em cartaz no Teatro Augusta Porque os Homens Mentem? Um elenco desconhecido no circuito paulista, os rapazinhos de Itu fizeram bonito.
Uma adaptação de um texto de Luiz Fernando Veríssimo nos põe em cheque quanto o nosso cotidiano é rodeado de mentiras e nem sempre providas do macho.
Situações hilariantes, outras cansativas incrementam o espetáculo, com atores que são um espetáculo a parte.
O mais engraçado disso tudo é que no mesmo final de semana que assisto a uma peça que fala de mentiras humanas eu sou pego numa dessas. O fato nem vem acaso, mas o que vem a tona é exatamente o por quê do ser humano mentir propositalmente. Fazer o outro sofrer, chorar, desesperar (não fiz nada disso tá!) a troco de quê? De colocar uma roupinha transada e sair pra dançar enquanto o outro sofre?
O ser humano precisa cada vez mais reavaliar suas atitudes, e não com um psicólogo mas sim consigo mesmo, todos os dias. Não adianta pensar em proteger o planeta se a essência primordial divina se perde com tanta traição no mundo.

Beijo

domingo, 10 de janeiro de 2010

O que há de errado com o mundo?


Há algum tempo não paro diante da minha escrita por diversos acontecimentos. Está tudo muito corrido, muito impessoal, muito diferente. Tenho acompanhado diariamente um mundo tristemente diferente.

Mas de tanta indiferença o que me mais me entristece é a relação entre pessoas. Seu chefe não é mais o seu amigo, é só o seu chefe. Sua amiga vai para o exterior, pois lá tem mais condições de ajudar a família. A família já não se reúne mais para o almoço de domingo. Hoje são as mulheres que deixam a família na Noite de Natal para visitar a família do namorado. As crianças já sabem que o Papai Noel é uma farsa.

Mande um SMS, um email, um tweet, um Facebook, quem sabe um Orkut para dizer que não vai poder ir aquele encontro de amigos semanal, afinal de contas aquela festa da Aninha é muito mais cool, do que aquela gente chata pensando em Evangelho Segundo o Espiritismo.

Tente encontrar aquele cara que você estava teclando há dias, mas que nunca encontrou. Vocês combinam em tudo, ele tem uma idade próxima, talvez não. Ele gosta dos mesmos filmes que você, prefere ficar em casa a ir à rua, mas quando vai por coincidência freqüenta os mesmos lugares, mas vocês nunca se esbarraram, afinal pela internet o mundo é muito mais perfeito.

Cancele todos os seus compromissos solitários, com amigos, animais de estimação como aquele documentário escândalo que você queria assistir para encontrar a figura. E aí a decepção, ele também te enganou, será?

O mundo anda muito artificial, muito prático. Nas metrópoles o envolvimento com outras pessoas começa a necessitar de um encontro internacional para debater o assunto, tipo um Copenhagen 2009, pois no frigir dos ovos a solução jamais será encontrada. A praticidade está ao acesso de todos, e com isso para que tentar encontrar solução?

Ontem fui ao cinema assistir um filme esperado pela grande massa gay paulistana Do Começo ao Fim, um Conto de Fadas para todos os gays. Superou o pobre conto de Annie Proulx O Segredo de Brokeback Mountain, pois o fim é trágico, e este como em todo conto de fadas o final é feliz (me perdoem quem ainda não viu). Só nas telas de cinema existe uma relação assim, onde tudo funciona, tudo se encaixa, tudo é aceito, tudo é perdoado, tudo se dá um jeito. Tá, daí a gente acorda e percebe que a película acabou e temos de voltar pra casa. Talvez de metro, de busão, de carro no trânsito, enfim a realidade, e muitas vezes só, sonhando com aquele conto, é assim que o mundo está.

Caio Fernando Abriu inicia seu belíssimo conto Os Dragões Não Conhecem o Paraíso assim: Tenho um dragão que mora comigo. Não, isso não é verdade. E ele estava coberto de razão porque ninguém tem, nem um dragão. Até os dragões que por mais mitológicos sejam estão fugindo de você. É triste, mas esta é a realidade. Aqueles dragões chatos, pedantes e cansativos você dispensa. Aqueles dragões garbosos, intelectos, bem de vida, forget it, não te querem honey.

O que te sobrou então? O prazer momentâneo? Talvez... Não pense de novo, use sua psicologia de almanaque como diria minha queria Martha Medeiros, este é um quesito cômico. Casais que querem incrementar o prazer adicionam um, dois, três na relação para apimentar. Os da terceira idade naturalmente querem os da primeira quiçá da segunda. Os fortes querem os fortes, os feios querem os bonitos, os espertos querem os ricos, os ricos querem os mais ricos. Mas no final das contas todos se encontram pelo mesmo propósito, sexo, e é aí é que mora o perigo. Sem proteção, sem nexo, sem sentimento, sem nunca mais repetir, sem ao menos saber o nome.

Será que já inventaram uma loja onde podemos comprar outro coração? Um mais atualizado? Alguma assistência técnica para dar uma upgrade nas idéias, essência, consciência e forma de pensar? Eu definitivamente não consigo. Não que eu esteja esperando o Reinaldo Giannecchine chegar aqui em casa de rappel tipo ohhh vim te buscar, vamos ser felizes agora, helow!!! Mas ainda acredito sim que lá na Sibéria deve existir alguém que tenha as mesmas idéias que as minhas, os mesmos propósitos e daí a gente volta lá para o início do texto e espera que este cara ao menos entenda um texto em português.