quarta-feira, 25 de maio de 2011

O que te faz especial?

Procure a tradução em quaisquer dicionários o significado dos adjetivos especial e simples. A palavra especial possui diversos significados, tais como: o melhor, particular, peculiar, fora do comum e por aí vai. Já a palavra simples recebe bem menores citações: natural, modesto, espontâneo, singelo, puro, sincero. E é neste ponto que eu queria chegar hoje. Por que tudo que pode ser especial não pode ser sincero e caber em tal simplicidade?

Ouvi hoje de uma pessoa especial que meu jeito especial é de ser, é a minha simplicidade aliada a sinceridade que poucos tem o privilégio de conhecer. Fiquei lisonjeado e confesso que não consegui segurar aquela teimosa lágrima ao ouvir tal citação. Logo depois disso refleti demais sobre o tema e decidi escrever. Escrever para mim, como muitos já conhecem é mais do que uma terapia, é amor. E assim, hoje que por coincidência é aniversário de um grande amigo, este foi quem me dedicou um vídeo especial que fala exatamente sobre este tema novamente, ou seja, o tema veio à tona novamente.

Há alguns anos atrás a editora Abril lançou uma revista que tem o título Vida Simples que eu amo e por empecilhos do cotidiano ainda não fiz a assinatura, traduz perfeitamente o significado de viver bem. Não existe fórmula, regra ou lei. A simplicidade está na pureza, sinceridade e a apreciação da beleza divina das coisas. No observar a natureza, contemplar uma boa comida, uma companhia agradável, alguns minutos a esperar quem se gosta, mesmo que estejamos caindo de sono. Ligar para dizer que tem saudade, levar um bombom e dizer que ama de verdade.

E com tudo isso, acho que deveriam sim inventar uma fórmula para a simplicidade da vida. Talvez assim, muitas pessoas que se prendem a tantas futilidades cotidianas e capitais impedem que as pessoas enxerguem a beleza, leveza e doçura de viver cada dia intensamente como se este fosse o último, e muito bem saboreado.

Saboreie a simplicidade da vida todos os dias, pois a minha tem um sabor inigualável que só alguns podem ter privilégio de vivenciar.



A vida é doce e não engorda...





Everton Luis

25/05/11

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Feliz por Nada

Olá pessoas!
Mais um texto da minha preferida... Feliz por Nada - Martha Medeiros. É algo exatamente como me sinto no atual momento da minha vida.
Um beijo a todos,

Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz. É porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um por quê.
Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável.
Feliz por estar com as dívidas pagas.
Feliz porque alguém o elogiou.
Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses.
Feliz porque você não magoou ninguém hoje.
Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar às chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também.
Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.Benditos os que conseguem se deixar em paz.
Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se for para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se auto-conhecer. Chega de se auto-conhecer. Você é o que é um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso. (Martha Medeiros)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Como diz um bom gaúcho "me acordei com tudo hoje", rsrsrsrs... Esta foi a crônica de ontem no jornal Zero Hora Porto Alegre no caderno  Donna - Martha Medeiros que a escritora assina todos os domingos.

A fé de uns e de outros
Religião deveria servir apenas para promover o amor e a paz de espírito

Apoio que as pessoas se manifestem publicamente contra a violência urbana, contra os altos impostos que não são revertidos em benefícios sociais, contra a corrupção, contra a injustiça, contra o descaso com o meio ambiente, enfim, contra tudo o que prejudica o desenvolvimento da sociedade e o bem-estar pessoal de cada um. No entanto, tenho dificuldade de entender a mobilização, geralmente furiosa, contra escolhas particulares que não afetam em nada a vida de ninguém, a não ser aos diretamente envolvidos, caso da legalização do casamento gay, que acaba de ser aprovado na Argentina.

Se dois homens ou duas mulheres desejam viver amparados por todos os direitos civis que um casal hétero dispõe, em que isso atrapalha a minha vida ou a sua? Estarão eles matando, roubando, praticando algum crime? No caso de poderem adotar crianças, seria mais saudável elas serem criadas em orfanatos do que num lar afetivo? Ou será que se está temendo que a legalização seja um estímulo para os indecisos? Ora, a homossexualidade faz parte da natureza humana, não é um passatempo, um modismo. É um fato: algumas pessoas se sentem atraídas – e se apaixonam – por parceiros do mesmo sexo. Acontece desde que o mundo é mundo. E se por acaso um filho ou neto nosso tiver essa mesma inclinação, é preferível que ele cresça numa sociedade que não o estigmatize. Ou é lenda que queremos o melhor para nossos filhos?
No entanto, o que a mim parece lógico, não passa de um pântano para grande parcela da sociedade, principalmente para os católicos praticantes. Entendo e respeito o incômodo que sentem com a situação, que é contrária às diretrizes do Senhor, mas na minha santa inocência, ainda acredito que religião deveria servir apenas para promover o amor e a paz de espírito. Se for para promover a culpa e decretar que quem é diferente deve arder no fogo do inferno, então que conforto é esse que a religião promete? Não quero a vida eterna ao custo de subjugar quem nunca me fez mal. Prefiro vida com prazo delimitado, porém vivida em harmonia.

Sei que sou uma desastrada em tocar num assunto que deixa meio mundo alterado. Daqui a cinco minutos minha caixa de e-mails estará lotada de agressões, mas me concedam o direito ao idealismo, que estou tentando transmitir com a maior doçura possível: não há nada que faça com que a homossexualidade desapareça como um passe de mágica, ela é inerente a diversos seres humanos e um dia será aceita sem tanto conflito. Só por cima do seu cadáver? Será por cima do cadáver de todos nós, tenha certeza. Claro que ninguém precisa ser conivente com o que lhe choca, mas é mais produtivo batalhar pela erradicação do que torna nossa vida ruim, do que se sentir ameaçado por um preconceito, que é algo tão abstrato.


Pode rir, mas às vezes acho que acredito mais em Deus do que muito cristão.

MARTHA MEDEIROS

Promessas de Casamento

E ae galera...
Mais um texto da minha amada escritora Martha Medeiros para que vocês possam tanto apreciar quanto concordarem comigo como ela é formidável.
Para quem quiser segui-la em seu blogger diário no Jornal Zero Hora de Porto Alegre Martha Medeiros, com crônicas aos domingos que também são publicadas no Globo.

Promessas de Casamento

Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:


- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?


- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?


- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?


- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?


- Promete se deixar conhecer?


- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?


- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?


- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?


- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?


- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
 
Martha Medeiros

domingo, 25 de julho de 2010

Faz de Conta

Vasculhando como sempre, mais e mais textos perdidos no emanharado de páginas da internet como adoro fazer, sempre esbarro na minha escritora favorita Martha Medeiros. Tenho vários livros dela, publico sempre os contos que mais me tocam, indico sempre que assistam o filme O Divã que é divino, enfim, sou suspeito para falar desta gaúcha que eu ainda vou descobrir qual é a ligação que temos, porque não é possível um homem sentir-se tão sensível e franco quanto esta mulher e o Chico Buarque que me perdoe.

De repente encontro alguém na internet que curte os mesmos textos, as mesmas tiradas. Trocamos uma idéia, tudo funciona, tudo dá liga e depois? Depois não importa, o que importa é agora... Ledo engano. Quem não se importa em programar as próximas férias, por mais que sejam na Praia Grande está mentindo. Qual o casal que espera para decorar o quarto do bebê no dia do seu nascimento? Ah, uma banana em caixa alta para quem não pensa no futuro, é da natureza humana.

Assim, encontrei na net um texto da minha "ídola" entitulado Faz de Conta,  que retrata perfeitamente esta nossa não importância por várias coisas, quando na verdade estamos já com a ponta dos dedos sangrando de tanto roer o que sobraram das unhas de tanta ansiedade. Eu mesmo assumo que um dos meus maiores defeitos é a ansiedade, só não roo as unhas porque acho meio anti-higiênico, rsrsrsr... Deliciem-se com o texto.

Beijo,

Faz de Conta


Não respondo teus e-mails, e quando respondo sou ríspido, distante, mantenho-me alheio: FAZ DE CONTA QUE EU TE ODEIO

Te encho de palavras carinhosas, não economizo elogios, me surpreendo de tanto afeto que consigo inventar, sou uma atriz, sou do ramo: FAZ DE CONTA QUE EU TE AMO.


Estou sempre olhando pro relógio, sempre enaltecendo os planos que eu tinha e que os outros boicotaram, sempre reclamando que os outros fazem tudo errado: FAZ DE CONTA QUE EU DOU CONTA DO RECADO.


Debocho de festas e de roupas glamurosas, não entendo como é que alguém consegue dormir tarde todas as noites, convidados permanentes para baladas na área vip do inferno: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO QUERO.


Choro ao assistir o telejornal, lamento a dor dos outros e passo noites em claro tentando entender corrupções, descasos, tudo o que demonstra o quanto foi desperdiçado meu voto:FAZ DE CONTA QUE EU ME IMPORTO.


Digo que perdôo, ofereço cafezinho, lembro dos bons momentos, digo que os ruins ficaram no passado, que já não lembro de nada, pessoas maduras sabem que toda mágoa é peso morto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SOFRO.


Cito Aristóteles e Platão, aplaudo ferros retorcidos em galerias de arte, leio poesia concreta, compro telas abstratas, fico fascinada com um arranjo techno para uma música clássica e assisto sem legenda o mais recente filme romeno: FAZ DE CONTA QUE EU ENTENDO.


Tenho todos os ingredientes para um sanduíche inesquecível, a porta da geladeira está lotada de imãs de tele-entrega, mantenho um bar razoavelmente abastecido, um pouco de sal e pimenta na despensa e o fogão tem oito anos mas parece zerinho: FAZ DE CONTA QUE EU COZINHO.


Bem-vindo à Disney, o mundo da fantasia, qual é o seu papel? Você pode ser um fantasma que atravessa paredes, ser anão ou ser gigante, um menino prodígio que decorou bem o texto, a criança ingênua que confiou na bruxa, uma sex symbol a espera do seu cowboy:FAZ DE CONTA QUE NÃO DÓI.

Martha Medeiros

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Living Alone

Hoje como diversas vezes nestes quase já 11 anos vivendo longe da família fui ao supermercado fazer compras. Nem sei bem se posso chamar de compras, porque fui comprar ítens básicos para abastecer a minha geladeira porque a pobrezinha só tinha gelo, ou seja, estava fazendo a felicidade somente para um copo de whisky ou a família do Amir Klink.
Sempre saio para as compras como qualquer dona de casa fazendo uma chamada mentalmente (mentira falo em voz alta, porque como todos que moram sozinhos conversam sozinhos, diga agora que você nunca fez isso?) de tudo que tenho de pôr no carrinho. Quando entro no supermercado, tenho a sensação de estar sendo sugado por um aspirador de ofertas, embalagens coloridas, novidades sem função alguma na vida prática e afins. Aquele locutor com voz de rádio AM pirata de bairro te falando do frango assado na promoção, caixas lotados, um vuco-vuco de carrinhos batendo no seu, crianças correndo Mãe compra, Mãe eu quero... Welcome to the Junglemarket.
Tenho de confessar que sou atraído por embalagens, acho que até por isso não compro muitas coisas nestes canais de ShopAnything porque não vejo a embalagem, a cor, a alegria, só aquele apresentador com cara de bolinho de chuva tentando te convencer que o produto é bom, coisa que a mim não cola. Eu vim comprar o quê mesmo? Lista na cabeça vamos às compras.
Isso não, isso sim, isso sim, isso sim, isso também sim... Ahhh faltou aquele... bem aquele só se der no orçamento de hoje. Em suma, entrei para comprar dois litros de leite e gastei R$ 100. E não pensem que fui atraído pelas embalagens não, deixei muita coisa ainda no carrinho, só peguei comida de verdade, frutas, legumes e verduras, algumas carnes, peixe e alguns sucos, e o leite? Disse em voz alta no caixa definitivamente preciso me casar para dividir despesas, a menina do caixa me abriu um sorriso e os olhos brilhando tipo Tô aqui, tsc tsc tsc...
Agora pensem comigo, eu vivo só, agora multipliquem por 4, e então no final do mês gastei só de supermercado R$ 400! Pergunta número um: Como um pai de família vive com um salário mínimo de R$ 510, tem em média 2 filhos, paga aluguel e ainda tem descontos e paga o restante das despesas, quiçá vai ter algum lazer? Salvo se a esposa trabalhar para incrementar o orçamento, meu Deus onde vamos parar???
Nos dias de hoje a esposa deste pai de família, que na minha opinião deveria receber uma ajuda de custo do Governo Federal, pois vamos combinar lavar, passar, cozinhar, cuidar das crianças e ainda estar prontinha para o sexo a noite, quem não merece um Bônus Housewive? Inclusive com todos os direitos legais versados na CLT, incluíndo férias, 13º salário e um afastamento anual de de três meses no inverno. Sim porque esta é a estação mais bacana para as donas de casa não? Chove, a roupa lavada à mão não seca, para lavar louça a mão fica levemente enrijecida e roxa da água congelando, este mês não dá para comprar o creme hidratante, o banho das crianças que lava mais o banheiro do que atrás das orelhas das pestes, ir na feira com chuva, meu Paaaaai Soberano! Na próxima encarnação vou ficar ligado onde é a fila para nascer homem de novo pedir para o Todo Poderoso só incrementar um pouquinho mais o salário, pois ainda corro o risco de ser gay de novamente me dar ao luxo de viver só.

Everton Luis

terça-feira, 13 de julho de 2010

Tomar um fora

É pois é... É a vida não é? (olha quantos "és" eu já usei)
Acabei de tomar um fora, sim um fora. Todo mundo já tomou um, se não tomou ah meu caro desculpa te decepcionar mas você ainda há de tomar um.
Um fora do chefe, do vendedor sem paciência, do guarda de trânsito sempre sarcástico dizendo "ah o IPVA não foi pago?". Assim é a vida, sempre aparecem portas que se abrem é verdade, mas com certeza meu velho qualquer hora dessas tu toma uma na cara. E assim a gente garante mais pelo menos uns dez anos de trabalho para a nossa terapeuta, rsrsrs.
E por falar em terapia, após quatro anos ainda percebo que a parte mais complicada de viver são os relacionamentos. Iniciei o tratamento com esse propósito, aparei diversas arestas áreas da minha vida até as que eu menos imaginava e por incrível que pareça ainda estou solteiro, aff... ainda bem que nunca pensei em suicídio, rsrsrsr...
Cada um sabe o seu tempo, a sua maneira e o seu propósito em se ter alguém. Eu já tracei o meu e não é nada de outro mundo ou será?
Só quero acordar e dizer bom dia, se não dormirmos juntos desejar este mesmo bom dia de qualquer maneira tecnológica que minha mão alcance. Quero poder te servir leite quente ou frio e também ser servido pois Amélia é que era a mulher de verdade. Almoçar num restaurante descolado no domingo, jantar em casa ovo frito na segunda e ainda assim achar que aquele é o maior jantar do mundo. Quero fazer cooper junto contigo e mentir que iremos correr a Maratona de Paris juntos. Quero te levar nas festas da família, nos batizados, só pra ver aquela tia solteirona cochichando: Olha lá ele é gay e ainda traz o companheiro, desaforado!
Uma praia, um campo, um calor, um frio... Um aniversário, um natal, um reveillon... um dia sem motivo para comemoração que eu inventarei, só para ter o prazer de te surpreender. O aniversário do sobrinho, o casamento do primo hétero que te ama mais do que tudo no mundo. O livro que você ama, o copo com água do lado da cama caso tu venhas a sentir sede a noite. Uma viagem de férias juntos, compras em Nova York, escapada até Parati, noite de amor aos pés da Torre Eiffel...

Lembrar para ti não esquecer o casaco, te ajudar naquele teste de física, cantar juntos a nova canção da Izabella Taviani. Uma visita ao médico, uma febre, o secar uma lágrima e te lembrar que se precisar de um ombro, eu tenho dois. Saliva, pele, pêlo, cabelo, falo, músculos... Arrepio, lábio, tesão...
E tudo isso ainda parece ser pouco, porque ainda existem pessoas que não querem...
Quando é a minha próxima sessão com a terapeuta?

Everton Luis

PS.: Eu pensei que não fosse conseguir escrever nada e tá ae mais um conto... Enfim, digitei no Google: Tomar um fora e me deparei com o blogger Cronicas e Tal que neste link aqui exibe um texto magnífico sobre tomar um fora.
Um beijo para Talita Brazil que merece meu aplauso.